Polícia do Pará prende associação criminosa que desviou mais de R$ 1 milhão de companhia elétrica
Por: Villian Nunes
A Polícia Civil do Pará prendeu nesta terça (10), três pessoas suspeitas de integrarem uma associação criminosa que aplicou um golpe avaliado em R$ 1,2 milhão em uma empresa que faz a distribuição de energia elétrica nos estados do Pará e Maranhão. A ação fez parte da primeira fase da operação “Energos”, deflagrada no Estado de São Paulo. Policiais do Pará efetuaram buscas nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá.
As prisões ocorreram após um ano de investigações. De acordo com a Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais praticados por Meios Cibernéticos, no primeiro semestre de 2020, hackers invadiram a recém lançada plataforma digital da companhia elétrica e tiveram acesso aos dados cadastrais dos usuários.
No esquema, os criminosos alteravam o e-mail cadastrado para o recebimento da fatura mensal, colocando um endereço eletrônico falso, criado pelo grupo criminoso. Assim, quando a fatura verdadeira era encaminhada ao e-mail fake, os acusados mudavam o código de barras e reenviavam a fatura, desta vez para o e-mail verdadeiro do cliente.
Sem saber do esquema, consumidores da companhia efetuavam o pagamento, que tinha como destino a conta de pessoas utilizadas como “laranjas”. Sem a conta paga de forma efetiva, os consumidores tinham o fornecimento interrompido, causando prejuízo econômico.
Prisões
O primeiro suspeito é apontado como responsável pela invasão no sistema da Companhia. Ele foi localizado em uma escola particular, onde dava aulas, em Santos. Na casa dele foram encontrados documentos, dispositivos de armazenamento, celulares, chips e um notebook, que estava com a câmera coberta com um adesivo, o que chamou a atenção dos polícias. Todo o material apreendido será levado para Belém, onde passará por perícia.
Na cidade do Guarujá, duas irmãs foram presas quando saíam de um prédio, na área nobre da cidade. “Nós identificamos que elas utilizavam os valores desviados, em benefício próprio. Ostentavam na internet viagens, carros, joias e itens de luxo. Isso não condizia com o que foi declarado pelas mesmas à Receita Federal”, disse o delegado Guilherme Gonçalves, titular da Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais praticados por Meios Cibernéticos.
Todos os acusados foram levados para o Palácio da Polícia Civil de Santos. Após oitivas, foram encaminhados para o sistema penitenciário paulista, onde permanecem presos à disposição da justiça. Em São Paulo, a operação “Energos”, teve apoio integral da Polícia Civil local, onde foi possível a utilização do espaço físico e na condução dos presos.
As investigações continuam para identificar outros integrantes da quadrilha.