Médicos e cientistas pedem que EUA incluam negros e latinos em testes de vacinas contra Covid-19

Médicos e cientistas pedem que EUA incluam negros e latinos em testes de vacinas contra Covid-19

Objetivo é criar confiança entre essas populações de risco. Segundo participantes de operação, ‘muitos poderiam não tomar vacina se não confiarem no processo e nas pessoas que a produziram’.

Um grupo de médicos e cientistas está pedindo ao governo dos Estados Unidos que inclua americanos negros, latinos e indígenas no projeto e implementação dos testes de vacinas contra a Covid-19, na esperança de criar confiança entre essas populações de risco.

Sem essas ações, as populações mais necessitadas da vacina podem se tornar relutantes em tomá-la, disseram Richard Baron, executivo-chefe do Conselho Americano de Medicina Interna (ABIM) e colegas, em uma carta aberta vista pela Reuters ao chefe da Operação Warp Speed, o programa da Casa Branca criado para acelerar o desenvolvimento da vacina contra o coronavírus.

Baron é presidente da Fundação ABIM, que apoiou a bem-sucedida campanha “Escolhendo com sabedoria” para reduzir o uso excessivo de testes desnecessários.

“Acreditamos que é totalmente previsível que muitos americanos – especialmente negros, latinos e indígenas – não tomem uma vacina, por mais segura e cientificamente comprovada que seja, se não confiarem no processo e nas pessoas que a produziram”, diz a carta enviada na quinta-feira (16).

De acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos em maio, apenas metade dos negros americanos, que representam uma porcentagem desproporcional de mortes por coronavírus, disse que estava um pouco ou muito interessada em tomar uma vacina, talvez refletindo as memórias de um infame estudo do governo americano que deixou homens negros deliberadamente não sem tratamento para sífilis.

Para criar confiança, Baron diz que os pesquisadores do governo precisam incluir líderes comunitários e religiosos para ajudar a configurar tudo, desde o desenvolvimento de vacinas, distribuição até estratégias de comunicação e torná-las visíveis publicamente.

Os funcionários da Warp Speed não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

O coronel Nelson Michael, diretor do Centro de Pesquisa de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA, disse à Reuters em junho que a equipe da Warp Speed estava procurando maneiras de envolver os líderes comunitários, observando que os americanos negros “têm um ceticismo justificado em relação à medicina e principalmente às forças armadas, então a operação Warp Speed não será uma venda fácil”.

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