Ocupação de leitos no Pará atualiza cenário mais favorável na pandemia, avalia governo
Cinco das oito regiões de monitoramento epidemiológico seguem em risco médio e três se mantêm em risco intermediário
Os índices de ocupação leitos destinados à covid-19 no Pará apontam que o Estado desfruta atualmente de certa segurança para o sistema de saúde pública para o atendimento à população na pandemia – o que permite que cinco das oito regiões de monitoramento epidemiológico no Pará sigam em risco médio, e três estejam em risco intermediário. É o que apontou o novo balanço do Programa Retoma Pará, atualizado na tarde dessa sexta-feira (31) pelo governo do Estado.
Os novos números da covid-19 no Pará e os novos parâmetros para o bandeiramento de níveis de riscos das regiões foram apresentados pelo governador Helder Barbalho durante a coletiva onde o governo também anunciou os resultados da primeira fase da pesquisa epidemiológica realizada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), que traça o panorama atualizado da pandemia no Estado.
O governador fez o comunicado ao lado do reitor da UEPA, Rubens Cardoso, de Pedro Vasconcelos, presidente do Comitê de Biosegurança da universidade, e também de Rômulo Rodovalho, secretário de saúde do Pará, do secretário adjunto da Sespa, Cipriano Ferraz, e do titular da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Segup), Ualame Machado.
A pesquisa da UEPA e Sespa envolveu entrevistas e testes de covid-19 realizados em 8.587 pessoas em 52 municípios. O estudo aferiu que um em cada cinco paraense já teve contato com o coronavírus e apresentou sinais da contaminação em seu sistema imunológico.
Níveis de riscos nas regiões
O estudo da Uepa foi crucial para a atualização do bandeiramento de riscos das regiões de regulação em saúde do Pará. Das oito regiões monitoradas no Estado, as três que estão em risco intermediário são a do Marajó Ocidental, Carajás e Região Nordeste do Pará.
As cinco que seguem em risco médio são o Araguaia, Xingu, Baixo Amazonas, Tapajós e a grande região que abrange a Região Metropolitana de Belém, o Marajó Oriental e o Baixo Tocantins.
A região do Araguaia, que deixou o nível de risco alto, recentemente fez a inauguração do Hospital Regional de Conceição do Araguaia, com abertura de mais 12 leitos de UTI, avaliou o governo. A pesquisa epidemiológica realizada pelo Estado permitiu que as regiões do Marajó Ocidental, Carajás e Região Nordeste figurem com classificações de risco intermediário justamente porque foram aferidos desempenhos de imunidade frente à covid-19 acima de 20% nessas regiões. Na Região Metropolitana de Belém, apesar da taxa de contaminação estar acima de 30%, o estofo da estrutura de saúde da capital garantiu a manutenção do nível de risco médio, disse o governo.
“É importante ressaltarmos que esse balanço serve de sugestão e sinalização para que os municípios possam tomar suas decisões. O Estado coordena, mas temos respeitado o que cada município tem buscado fazer na gestão das suas atividades essenciais e não essenciais”, avaliou Helder Barbalho.
Ocupação de leitos é positiva
Os balanço atuais das taxas de ocupação de leitos clínicos e de leitos de UTI para casos de covid-19 no Estado também foram considerados para as definições dos níveis de riscos das regiões paraenses frente à pandemia. A atual taxa de leitos ocupados é de 28,95% entre as 1.347 vagas de leitos clínicos adultos destinados à covid-19 no Estado, e de 47,39% de ocupação entre os 595 leitos adultos ofertados em UTIs.
A taxa de ocupação para os 20 leitos clínicos pediátricos disponíveis a casos de covid-19 no Pará é de 40%, enquanto a ocupação dos 27 leitos de UTIs pediátricos do Estado é de 70,73%. A taxa de ocupação das 4 vagas em UTI neonatal para a covid-19 no Estado é de 50%.
“Os percentuais de leitos ocupados mostram a atual segurança do sistema de saúde pública para atender a população. Isso nos dá segurança e tranquilidade, mesmo com a redução de leitos clínicos, de 722 para 595, de acordo com a necessidade de volta de alguns hospitais para as atividades normais”, avaliou o governador Helder Barbalho esta sexta-feira, citando como exemplo o encerramento das atividades do Hospital de Campanha de Breves – onde os três últimos pacientes tiveram alta nessa quinta-feira (30).
Casos no Pará
A Sespa confirmou que o Pará somava até esta sexta-feira (31) um total de 154.685 casos confirmados, além de 14.210 registros descartados e outros 152 casos em análise. Ao todo, já são 139.599 os casos recuperados. O Estado também já acumula um total de 5.728 mortes relacionadas à covid-19 (um índice de 3,7% de letalidade da doença no Estado).
O governo ressaltou no balanço desta sexta o crescimento na curva dos casos recuperados no Pará, enquanto se manteve um patamar de estabilidade com tendência de queda a 9.276 casos ativos no Estado, em 30 de julho, contra os 11.222 casos ativos registrados, em 15 de julho. “Estamos vencendo o coronavírus”, disse o governador.
“O número de casos positivos, somados às codições do sistema de saúde, são a nossa referência para a tomada de decisões. Temos ampliado o número de leitos de UTIs nas regiões que precisam desse reforço, e por outro lado também já retomamos as atividades regulares de alguns hospitais e equipamentos públicos, já que outras enfermidades também precisam da atenção do sistema de saúde estadual”, avaliou Helder Barbalho.
“Esse é o legado desse drama. Todos esses leitos de UTI, que foram destinados só para a covid-19, continuarão na estrutura de saúde de todo o Estado, a partir da possibilidade de instalação de UTIs nos hospitais regionais”, ponderou o governador.