“Têm algumas distribuidoras que já estão vendendo com esse reajuste, então, as revendas passarão a vender com ele. Por isso a partir de amanhã (quarta, 07), a grande parte das revendedoras devem repassar isso. A maioria das empresas é pequena, não consegue guardar grande quantidade no estoque. Além disso, se vender com preço antigo, não consegue comprar com produto novo”.
Segundo a Petrobrás, os reajustes acompanham a elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e derivados. Conforme o anúncio, o preço médio de venda do GLP para as distribuidoras, passará a ser de R$ 3,60 por kg, refletindo um aumento médio de R$ 0,20 por kg. Este já é o sexto reajuste deste ano, impactando ainda mais o custo de vida da população.
Os recentes aumentos trazem preocupação para pessoas como Anne Soares, de 50 anos, nutricionista de formação, mas que há 3 anos trabalha com confeitaria. Ela conta que esses constantes reajustes no valor do gás de cozinha têm impactado de forma negativa em suas vendas e que isso acaba afetando, diretamente, no valor do produto que é repassado para o cliente. “Seguramos por um tempo, até ser impossível manter reajuste na tabela de preços, diminuindo a margem de lucro, para que os clientes não sintam muito. Mas chega um momento em que não dá pra segurar, e preciso reajustar os valores, infelizmente”, relata.
COMBUSTÍVEL
Para a gasolina, o aumento médio será de R$ 0,16 (+6,3%), fazendo com que o litro do combustível saia de R$ 2,53 e chegue a R$ 2,69 nas refinarias da estatal. Já o diesel terá um reajuste médio de R$ 0,10 (+3,7%) por litro, que passará custar R$ 2,81 nas refinarias da Petrobras.
O custo do combustível é um grande vilão da economia dos consumidores e, principalmente, das pessoas que dependem de veículos para ter sua renda e que moram distantes de onde trabalham. É caso do Professor Universitário Antônio Moreira, de 64 anos, que mora no município de Santa Isabel e trabalha na Região Metropolitana de Belém. “O impacto no valor mensal destinado ao combustível, chega a 5 % e com os aumentos constantes nos últimos anos, representa hoje cerca de 80%. Um impacto considerável na renda familiar”
Antônio diz que com a pandemia e com a prática de aulas online, as suas idas para Belém reduziram. “Isso reduz o impacto no primeiro momento, mas não sei depois que voltar as aulas presencial. Ainda vamos buscar uma solução.”
(Por Luciana Carvalho, estagiária, com supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)