Eleições Municipais – Parte 4: a presença digital dos candidatos
Fechando essa primeira etapa de textos sobre as eleições municipais 2020, fazem-se comentários a respeito do uso das mídias e das redes sociais em uma campanha tão atípica. A pandemia mudou o calendário do pleito e trouxe a necessidade de se pensar em novas estratégias para chegar aos eleitores no contexto do distanciamento social. O “corpo a corpo”, tão comum, em especial em eleições municipais, não deverá ser permitido e nem indicado nesse processo.
Os quase 148 milhões de eleitores aptos a votar no Brasil verão campanhas municipais consolidando uma tendência que ficou mais evidente a partir de 2016 e, principalmente, de 2018. A internet vem se tornando cada vez mais presente na vida dos brasileiros, chegando, segundo dados do IBGE (divulgados em abril), a cerca de 75% da população (ou 150 milhões de pessoas). Mesmo com um cenário de infoexclusão no Brasil (cerca de 50 milhões de pessoas, de diferentes idades), é indiscutível a necessidade de se pensar na Internet como uma mídia essencial nos planejamentos de campanhas eleitorais.
Durante o primeiro semestre de 2020, com os picos da pandemia no país, um expediente muito utilizado pelos políticos com mandato foram as lives, com entrevistas coletivas e mediações através da imprensa, de forma virtual. Lives temáticas também foram exploradas, até mesmo para mostrar ações dos governos municipais no enfrentamento à Covid-19. Pré-candidatos também aproveitaram essa oportunidade, disponível em canais como Youtube, Instagram e Facebook, para se apresentarem para o público falando sobre os mais diferentes assuntos.
Para chegar aos eleitores, o plano estratégico das campanhas municipais deve considerar o uso do WhatsApp, ferramenta muito eficaz, desde que respeitadas as regras previstas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há uma “cruzada” contra as fake news e, também, contra os disparos em massa de mensagens eletrônicas com recursos privados de empresas – o que é proibido pela legislação.
Assim, a percepção clara é que, neste pleito tão atípico como o de 2020, os pré-candidatos que souberam explorar bem sua presença digital, de forma propositiva e assertiva, tendem a ter vantagem em relação aos seus concorrentes, tanto nos cargos majoritários (prefeito) quanto nos proporcionais (vereador). O trabalho na Internet precisa ter uma base sólida, com a construção de uma audiência fiel.
Destarte, o marketing digital pressupõe consistência e regularidade. Quem conseguiu gerar conteúdo de qualidade e gerou conexão com os seus potenciais eleitorais, explorando a característica de cada canal disponível na Internet, terá maiores chances de obter sucesso com retorno de imagem e, o mais importante, de votos.