Dia de São João terá festejos pequenos e comidas caras

Pela tradição histórica, é difícil imaginar a alegria deste mês sem fogueira, danças, comidas e celebrações que fazem deste o santo mais popular da igreja católica. Por causa da pandemia do novo coronavírus, os tradicionais festejos da quadra junina de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo não vão ocorrer este ano. Apesar disso, a importância da tradição e de sua origem cristã segue viva.

Em Belém, as celebrações ligadas ao santo ocorrem nos mais diversos moldes, desde festas de rua até as paróquias que o trazem como padroeiro, a exemplo de Icoaraci. A devoção histórica é, inclusive, ligada à própria denominação do lugar, segundo o padre Agostinho Filho, pároco da Paróquia de São João Batista. “Antes deste topônimo, chamou-se Vila de São João de Pinheiro, e depois simplesmente Pinheiro, até chegar à Icoaraci, que quer dizer ‘De frente para o sol’”, afirmou

A ligação íntima incorporada ao próprio nome diz muito sobre a forma como o padroeiro é celebrado e visto. “Reverenciamos o nosso santo protetor com a festividade, num clima religioso, festivo, folclórico e familiar, congregando as famílias em torno desta rica tradição”.

Este ano, com o impedimento dos festejos à moda antiga, a celebração será de outra forma, sem deixar de lado a alegria e a mensagem daquele que, além de Jesus Cristo, é o único em que a igreja celebra o dia do nascimento, ao contrário dos demais, onde a morte, entrada para a vida eterna, é reverenciada. Desde o último dia 15 há celebrações litúrgicas presenciais com transmissão pelas redes sociais.

A missa de hoje será presidida por Dom Alberto Taveira. “Além das celebrações litúrgicas, a comunidade tem à disposição a venda de mingau, bolo de milho, kits de camisa e máscaras da festividade”, acrescentou o pároco.

Na data em que é celebrado, a imagem peregrina percorrerá as ruas da Vila Sorriso, da Paróquia até o Mercado Municipal João Batista (às 17 horas).

À noite vai para a Igreja Nossa Senhora de Fátima, onde é celebrada missa pelo padre Adalberto Brandão, e ao término, a imagem volta às ruas, em direção à Igreja Matriz.

PRATOS TÍPICOS

As delícias da época não podem faltar. E quem já garantiu a compra dos produtos, certamente pagou mais caro. Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), no período de 15 a 22 deste mês, apontou que as comidas típicas comercializadas nas barraquinhas juninas montadas em supermercados da Região Metropolitana de Belém continuam com os preços elevados. Os reajustes foram acima da inflação calculada para a época.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, os principais aumentos foram nos preços dos seguintes produtos: mingau de milho e tapioca (copo de 300 ml) com o reajuste de quase 6%, comercializados entre R$ 4 e R$ 5. Algumas comidas regionais, como vatapá, caruru e maniçoba, apresentaram preços acima dos verificados em 2019. Nos supermercados, o prato de vatapá ou caruru custa, em média, R$ 15,25, com os preços variando entre R$ 15 eR$ 15,50. O reajuste foi de 10%.

Já a maniçoba ainda é o prato típico mais procurado. A elevação também foi em torno de 10%, sendo comercializada, em média, a R$ 15,25. Os preços variam entre R$ 15 e R$ 15,50, dependendo do local de venda.

Por outro lado, há produtos como os variados tipos de bolos que apresentaram queda de preço, conforme mostram as pesquisas do Dieese. Uma fatia de bolo de macaxeira ou tapioca (bolo podre), por exemplo, pode variar, em média, entre R$ 5 a R$ 6, dependendo do local de venda.

TRAJES

Fantasias para crianças estão com valores a partir de R$ 30 até R$ 130. Já para adulto o que mais tem saído são as camisas xadrez e floridas. Para homens custam a partir de R$ 15 e mulheres a partir de R$ 20. Os tradicionais balões de acetato estão custando R$ 2,50 cada. As tiaras decoradas variam entre R$ 14,99 aR$ 24,99; mini-chapéus estão R$ 15; chapéus de palha decorados são encontrados a R$ 15,00 e o pacote de bandeirinha está R$ 3,50.

A gerente comercial Camila Leal, 29, passou uma manhã inteira e só deixou o comércio ontem no horário de fechamento das lojas, que agora é 16h, com quase todos os adereços juninos em mãos para fazer o “arraiá da Ana Luiza”.

A sobrinha de Camila irá completar dez anos amanhã e o tema não poderia ser outro. “Vai ser uma forma de não passar em branco o aniversário e o período junino. No dia de São João (24) tem o famoso mingau na casa da minha avó, de todo ano. E dia 25 vai ser a festa dela. Vim comprar decoração, brindes, roupa pra minha filha Débora, de 7 anos, e pra minha sobrinha. Comércio é muito variado. Tens de andar e pesquisar. É algo certo vir aqui”, explicou Camila, que levou para casa trajes juninos, toalha xadrez, caixinhas de brindes coloridas, paçoca, chapeuzinhos, bandeirinhas e outros itens decorativos.

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