EUA batem novo recorde e superam 77 mil casos diários

EUA batem novo recorde e superam 77 mil casos diários

No país de cerca de 330 milhões de habitantes, mais de 3,5 milhões de pessoas testaram positivo para o Sars-Cov-2. Cerca de 138 mil pessoas morreram em decorrência do vírus.

O ritmo de contágios nos EUA vem aumentando desde meados de junho, após diversos estados relaxarem medidas restritivas contra a pandemia – especialmente no sul e oeste do país. Trinta dos 50 estados americanos registraram recordes de novas infecções neste mês.

Por conta disso, diversos estados paralisaram ou retroagiram seus processos de reabertura gradual da economia.

A Flórida é o novo epicentro da epidemia de coronavírus nos Estados Unidos. O estado registrou um recorde de 156 mortes por covid-19 na quinta-feira e quase 14 mil novas infecções. O número total de casos já ultrapassou 315 mil e houve 4.782 mortes, segundo dados do Departamento de Saúde da Flórida.

A Flórida está relatando mais casos diários de Covid-19 do que qualquer outro estado do país. A Califórnia e o Texas são os mais próximos, com cerca de 10 mil novos casos diários. O Texas registrou 10 mil novos contágios pelo terceiro dia seguido e 129 mortes adicionais. Um terço do total de mais de 3.400 óbitos por covid-19 no estado ocorreram nas primeiras duas semanas de julho.

O governo da Flórida, comandado pelo republicano Ron DeSantis, não seguiu o exemplo da Califórnia e do Texas, que impuseram novas restrições ao comércio ou tornaram obrigatório o uso de máscaras em espaços internos.

Máscaras e escolas

Enquanto isso, as máscaras continuam sendo uma questão partidária nos EUA: o governador democrata do Colorado obrigou seu uso em espaços públicos internos, mas, na Geórgia, governada pelos republicanos, a prefeita democrata de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, foi processada por seu próprio governador, Brian Kemp, por obrigar o uso do acessório na cidade. “Um melhor uso do dinheiro dos contribuintes seria expandir os testes e rastrear contatos”, ela escreveu no Twitter nesta quinta-feira.

Outro campo de batalha partidária que tende a se acirrar nacionalmente é sobre a reabertura de escolas no outono do Hemisfério Norte. Enquanto cidades como Houston, Los Angeles e Nova York planejam começar o ano escolar virtualmente ou de forma restrita, o governador da Flórida, Ron DeSantis, insiste para que as escolas reabram totalmente em agosto.

A demanda do governador republicano espelha a do presidente Donald Trump, que enfrenta uma dura batalha pela reeleição em novembro e está pressionando para que as escolas reabram como sinal de retorno à normalidade.

Trump, que está bem atrás do candidato democrata, Joe Biden, nas pesquisas, até ameaçou cortar o financiamento federal para as escolas que se recusarem a abrir suas portas.

Uma pesquisa do Yahoo News/YouGov publicada na quinta-feira constatou que 63% dos americanos disseram que Trump não deveria pressionar as escolas para reabrir, enquanto 25% concordaram com seu esforço.

Trump e DeSantis têm influência limitada no debate com sindicatos de professores, médicos especialistas e muitos pais, preocupados em enviar seus filhos de volta à escola em segurança. A palavra final, quando se trata dos distritos escolares, é das autoridades estaduais e locais.

O distrito escolar de Houston, que tem mais de 200 mil alunos, planeja iniciar o ano letivo de forma virtual em 8 de setembro e iniciar as aulas presenciais em 19 de outubro, o que está “sujeito a alterações com base nas condições da Covid-19”.

Na cidade de Nova York, que possui o maior sistema de escolas públicas do país, com 1,1 milhão de estudantes, o prefeito Bill de Blasio disse que a frequência às aulas seria limitada a um a três dias por semana. Outras grandes cidades, incluindo Chicago e Washington, ainda não anunciaram planos para o semestre do outono.

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