Para blindar novo arcabouço fiscal de ataques do PT, Fazenda busca apoio de Lira
Por: carlos alexandre
fonte:G1
Proposta, que vai substituir o teto de gastos, deve ser apresentada ao presidente da Câmara ainda nesta segunda-feira (20).
A equipe do Ministério da Fazenda vai apresentar o texto do novo arcabouço fiscal ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda nesta segunda-feira (20), para evitar que o presidente da Câmara seja surpreendido quando o texto chegar à Câmara dos Deputados.
O novo arcabouço é a forma pela qual o governo do Lula vai se comprometer a estabilizar a dívida pública e equilibrar as contas do governo, e deve substituir o teto de gastos, que limita o crescimento de grande parte das despesas da União à variação inflação (entenda o que o novo arcabouço fiscal significa na prática para a economia).
Lira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vêm conversando sobre o texto há dias e, durante um jantar na semana passada, o presidente da Casa sugeriu que o texto fosse apresentado aos líderes do Congresso como um gesto do governo aos parlamentares, para que esses não ficassem sabendo da proposta por meio da imprensa.
Lira já tinha dito ao presidente Lula (PT), durante um jantar, que vai prestigiar as pautas de Haddad, pois o considera o interlocutor do governo para a economia. Ambos estão alinhados e preocupados com ataques à proposta vindos, principalmente, do PT.
O PP, inclusive, quer ser o relator da proposta de novo arcabouço fiscal quando ela chegar ao Planalto. A ideia original era cedê-la a relatoria para o deputado Mendonça Filho (União-PE), num gesto ao União Brasil, que negociava a fusão com o PP. Com a frustração das tratativas, o PP pediu a relatoria a Lira, e o partido ficou de indicar um nome nos próximos dias.
BNDES
Também está prevista para ocorrer entre esta segunda e terça-feira (21), um debate no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dirigido por Aloizio Mercadante, a respeito do novo arcabouço fiscal.
O anúncio do seminário, que deve contar com as participações de economistas como André Lara Resende, causou rusgas entre Haddad e Mercadante. A presença do ministro da Fazenda ainda não está confirmada.