Seis policiais penais foram mortos no Pará em 2021; sindicato demanda mais investimento em segurança

Seis policiais penais foram mortos no Pará em 2021; sindicato demanda mais investimento em segurança

Por: Villian Nunes

O policial penal Wellington Cláudio Lima Coimbra, lotado na Central de Triagem da Cidade Nova, foi o sexto agente de segurança do sistema penitenciário a ser morto de forma violenta em 2021, segundo dados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). O servidor público foi executado a tiros na noite do último sábado (10), no bairro Icuí-Guajará, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB). Segundo informações da Polícia Civil, a vítima foi surpreendida pelos atiradores ao chegar em casa, no Conjunto Grajaú, e foi alvejada com vários disparos de arma de fogo. Até o momento desta publicação, ninguém havia sido preso.

Antes de Wellington, o último destes profissionais a perder a vida de forma semelhante havia sido Miranildo Moura de Freitas, que foi executado a tiros em 25 de março, também em Ananindeua. O crime ocorreu às 18h50 na passagem São Domingos em frente ao número 18E. Dois homens não identificados chegaram ao local em um carro Renault Kwid. Eles descerem do veículo e pediram à esposa do policial para se afastar. Em seguida, passaram a fazer disparos contra Moura, que morreu no local.

Além desses dois casos, a Seap informou que outros policiais penais foram mortos em 6 e 15 de março e em 14 e 23 de janeiro. Para Rosivan Santos, presidente do Sindicato dos Policiais Penais (Sinpolpen), casos como esses estão fadados a se repetir se não houver mais investimento na segurança da classe.

“A gente tem lutado intensamente, fazendo um movimento em busca de melhor condições de vida para os servidores”. diz o representante. “Somos os únicos da segurança pública do Estado a receber 60% de gratificação de risco de vida, enquanto as demais categorias recebem 100%. Com um melhor pagamento, o policial penal vai poder morar em um local melhor, um condomínio fechado, por exemplo, e se proteger mais”, diz o sindicalista, que conta o que acredita ser a motivação para as execuções dos policiais penais.

“Estamos sendo caçados por manter a ordem e a disciplina. O crime organizado não manda mais nos presídios, então, eles usam a covardia, esperando a gente aqui fora”, analisa o presidente do Sinpolpen.

0Shares